FGV Energia reúne especialistas para discutir descomissionamento no Brasil

A FGV Energia, sob a égide dos seus objetivos de geração de conhecimento e contribuição para o desenvolvimento nacional, reuniu em 20 de setembro na sede da FGV, especialistas do setor no Workshop sobre Descomissionamento de Instalações Petrolíferas, para congregar conhecimentos visando superar as incertezas técnicas, regulamentares e logísticas associadas a esta atividade. O evento contou com a presença de representantes das operadoras, entidades reguladoras e ambientais, indústria e academia. As palavras de ordem em uníssono foram: previsibilidade, potencialidades de mercado, redução de custos, analise do risco sistêmico e boas práticas internacionais.

O descomissionamento de embarcações inservíveis está em vias de criar um padrão de trabalho no Brasil, por meio do Comitê coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Sinaval e as centrais sindicais. No mundo desmantela-se cerca de 600 embarcações por ano, sendo 50% de médio a grande porte, 95% dos casos estas atividades ocorrem no eixo China, índia, Paquistão, Turquia, Bangladesh, de forma inadequada sem respeito a responsabilidade social e ao meio ambiente. No Brasil estimam-se que cerca de 150 navios estariam aptos para o desmonte e outros 150 estariam fora de seu ciclo nos próximos três anos.

Já o descomissionamento de plataformas, as operadoras de petróleo e gás já vem atuando nesta atividade tanto no Golfo do México, na África, quanto no Mar do Norte. O Golfo do México com 6.000 estruturas de petróleo e gás em operação e cerca de 40.000 poços já perfurados, 400 plataformas já foram descomissionados. Em 2015 foram gastos U$ 2,4 bilhões em atividades de descomissionamento somente no Golfo do México.

No Brasil há grupos de estudos envolvendo ANP, Ibama, Marinha do Brasil e Petrobras, tendo como base a Resolução ANP 27/2006 que trata da desativação de instalações. Existem variáveis importantes a serem definidas e estruturadas, tais como os aspectos ambientais, os tecnológicos, e os econômico-financeiros. Existem no Brasil cerca de 150 plataformas offshore e cerca de 11 a 15% deverão estar em situação de estudos para descomissionamento no período 2017-2020, pois há sistemas que já alcançaram a sua vida útil.