A oferta global de petróleo atingiu 101,1 MMbbl/dia, em abril de 2023, sendo 3% superior ao mesmo período de 2022. Em contrapartida, os países OPEP+ decidiram manter os adicionais cortes na produção dos países partes até dezembro de 2024, decisão endossada por Arábia Saudita com cortes voluntários adicionais de 1 MMbbl/d a partir de julho de 2023, contribuindo para a redução de até 4,66 MMbbl/d. Os principais fatores de incerteza sobre o desempenho da demanda global em curto prazo permanecem a recuperação econômica na China e a conjuntura macroeconômica validada pelas decisões do Federal Reserve sobre a taxa de juros nos Estados Unidos.

Nesse (re)equilíbrio entre a oferta e a demanda, os preços do petróleo Brent e WTI contraíram em maio, chegando a US$74,54 e US$71,58 respectivamente, o que ainda não reflete cortes adicionais da OPEP+ e novos desdobramentos, em junho, no conflito da Ucrânia, que tendem a fortalecer os preços. A atual trajetória de preços favorece a recomposição de reservas públicas estratégicas de petróleo dos EUA, que planeja adquirir, até 2027, 180 MMbbl a US$67-72 o barril.

No contexto nacional, a produção de petróleo e gás atingiram, em abril, 3,14 MMbbl/d e 141,6 MMm3/d, destacando-se nesses mercados o indeferimento pelo IBAMA da licença para perfurar bloco exploratório na Margem Equatorial e o lançamento do Programa Gás para Empregar. No mercado de biocombustíveis, a produção do biodiesel alcançou 578 milhões de litros e o etanol, 600 milhões de litros, destacando-se que o Brasil, ao lado de Índia e Indonésia, pode liderar o crescimento da oferta global de biocombustíveis até 2024.

Na seção Transição Energética, o relatório World Energy Investment 2023 da Agência Internacional de Energia divulgou um investimento total de US$2,6 trilhões em energia em 2022, dos quais US$1,6 trilhão voltados a energia limpa. No mercado de carbono, o relatório State and Trends of Carbon Pricing do Banco Mundial relatou que as receitas oriundas da precificação de carbono alcançaram US$95 bilhões em 2022, sendo 70% de sistemas de comercialização de emissões (ETS). Outros temas relacionados à minerais críticos e uso de biocombustíveis para descarbonização do transporte marítimo também foram destacados nesta edição.

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