A oferta global de petróleo cresceu em média 4,7 MMbbl/d em 2022, liderada pela expansão das cotas de produção da OPEP+, mas as estimativas de crescimento para 2023 em menos de 1 MMbbl/d são influenciadas pelos cortes de 2 MMbbl/d da OPEP+ desde novembro e pelas sanções da União Europeia contra o petróleo russo via transporte marítimo, em vigor desde dezembro. Nesse contexto, os Estados Unidos, Brasil, Noruega e Guiana serão os protagonistas na expansão da oferta em 2023.
A demanda global de petróleo, por sua vez, teve um crescimento estimado em 2,3 MMbbl/d, em 2022, e desacelera para 1,7 MMbbl/d em 2023, devido às mesmas variáveis que afetaram o consumo no quarto trimestre de 2022: a desaceleração do crescimento do PIB global, especialmente na China; a alta dos preços de derivados em relação aos preços do petróleo bruto; a crise energética na Europa; e, a alta do dólar com as políticas monetárias restritivas de combate à inflação.
Como efeito sobre os preços, apesar do movimento de queda do barril desde o terceiro trimestre de 2022, os riscos de ruptura na oferta estimulados pelo conflito na Ucrânia encerram 2022 com o Brent em US$99,04 na média anual, quase 40% superior ao registrada em 2021, e o WTI, 38,5% superior, registrando média anual de US$94,33.
Na seção Transição Energética, destaca-se os efeitos da crise energética sobre os resultados da COP27, os avanços na regulação de mandatos de mistura de biocombustíveis nos Estados Unidos para 2023 e a realização da 79ª MEPC da Organização Marítima Internacional com foco na revisão da estratégia de descarbonização do transporte marítimo.