A OPEP+ DECIDIU PELA CONTINUIDADE DO NÍVEL ATUAL DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO DOS PAÍSES MEMBROS, APERTANDO OS PREÇOS PARA 2025

O nível de produção acordado pela OPEP+ para 2025 teve uma expansão de pouco mais de 500 mil bbl/d em relação às cotas de 2024 acomodando aumentos para os Emirados Árabes Unidos (EAU) e a Rússia. O aumento nas cotas de produção russa e emiradense indica: i) a produção resiliente da Rússia após mais de dois anos de conflito na Ucrânia, embora sua cota continue cerca de 5% inferior àquela da Arábia Saudita vis-à-vis a paridade de ambos países em anos anteriores; ii) a expansão significativa da produção dos EAU aponta um caso particular entre os demais membros sujeitos a cotas na OPEP+, pois se trata do único país com cota individual superior àquela de outubro de 2022, que precedeu decisões seguintes de cortes na produção da OPEP+ para 2023 e 2024.

No mercado brasileiro, a produção de petróleo alcançou 3,194 MMbbl/d em abril de 2024, o que representa uma queda mensal de 4,8%. Trata-se da quinta queda consecutiva na produção brasileira desde que atingiu recorde histórico de 3,678 MMbbl/d em novembro de 2023. A queda tem sido motivada pela manutenção contínua em campos do Pré-sal, incluindo, em abril, Tupi e Búzios, destaca-se também o declínio em Mero.

No mercado de biocombustíveis, as importações de biodiesel pelos Estados Unidos têm apresentado forte crescimento desde 2023 em função dos preços mais baixos desse produto com a sobreoferta na Europa, onde a atualização da regulação Renewable Energy Directive limita a participação de biodiesel oriundo de biomassa agrícola.

Por sua vez, a produção brasileira de biodiesel totalizou 727 milhões de litros, em abril de 2024, refletindo uma queda de 2% em comparação com o mês anterior. Enquanto isso, o preço da soja teve um aumento de 1% na variação mensal, atingindo US$ 24,74. Quanto ao consumo de biodiesel, alcançou 727 milhões de litros, indicando uma diminuição de 2% em relação ao mês anterior. Entretanto, em comparação com o mesmo período de 2023, houve um aumento significativo de 26% na demanda em função do aumento do mandato de mistura.

Por fim, no cenário de transição energética o Brasil está ficando para trás em investimentos em projetos de hidrogênio de baixo carbono. Em contraste, China, Europa e EUA podem atingir cerca de 80% do fornecimento global de hidrogênio limpo até 2030.

Na Europa, o Conselho da União Europeia aprovou um regulamento estabelecendo regras comuns para o mercado interno de gases, visando aumentar a integração de gases renováveis e de baixo carbono em sua matriz energética. No regulamento se destaca a proibição de contratos de longo prazo para gás fóssil a partir de 2049, que atualmente representa 95% do mercado de gás na Europa. Projeta-se que, até 2050, os gases renováveis constituam 66% desse mercado.

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