A oferta global de petróleo atingiu 101,9 MMbbl/dia, em março de 2023, estimulado pelo sólido crescimento da produção na América Latina e China. Em contrapartida, os países OPEP+ decidiram cortar adicionais 1,66 MMbbl/d, conforme a 48ª Reunião em 03 de abril, o que pode desequilibrar a relação oferta-demanda no segundo semestre, quando se estima um crescimento mais acelerado no consumo de combustíveis nos países não-OCDE. As maiores taxas de crescimento econômico do G20, por exemplo, estão atreladas aos principais mercados consumidores de petróleo da Ásia (China, Índia e Indonésia), enquanto na Europa, é sinalizada a recuperação do PIB somente a partir de 2024.  

Nesse contexto de pressão sobre a oferta e expansão da demanda, os preços do petróleo Brent e WTI fecharam em alta, em abril, atingindo US$84,64 e US$79,45, respectivamente, à despeito das incertezas macroeconômicas, tendo como exemplo a revisão para baixo do crescimento econômico global, estimando em 2,8% em 2023. No mercado internacional de gás natural, o TTF europeu foi superior ao JKM asiático, fechando o mês de abril com respectivamente US$13,5 e US$11,5/MMBTU, indicando maior atratividade dos fluxos para a Europa, ao passo que China e Japão tiveram suas importações reduzidas em função do clima ameno. 

No mercado nacional, a produção de petróleo e gás atingiram, em março, 3,12 MMbbl/d e 138,53 MMm³/d, e, no mercado de biocombustíveis, o biodiesel alcançou 543 milhões de litros e o etanol, 588 milhões de litros. Destaca-se, a decisão política sobre o retorno da comprovação do atendimento às metas anuais do RenovaBio até 31 de dezembro, além da sinalização de que o cálculo de emissões de veículos será alterado, para a segunda fase do programa Rota 2030, daquela que mensura apenas a etapa do escapamento para incluir as emissões da produção e transporte do combustível.  

Na seção Transição Energética, estudo da CEPAL e IPEA destaca o Brasil em uso de biocombustíveis e energia renovável, dentre os demais países do BRICS, e o intercruzamento com economias relevantes investindo na transição energética brasileira, como Alemanha, França e Estados Unidos. Em abril, os ministros do clima, energia e meio ambiente do G7 acordaram a criação de 14 corredores marítimos verdes; e, no âmbito da precificação do carbono, o Conselho Europeu aprovou o CBAM, um mecanismo aduaneiro sobre produtos importados intensivos em carbono, cujo período transitório entra em vigor a partir de outubro de 2023. 

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