A oferta global de petróleo atingiu 101,5 MMbbl/d, em fevereiro de 2023, impulsionada pela retomada da produção não-OPEP, sobretudo Estados Unidos e Canadá, enquanto a produção OPEP atingiu 28,9 MMbbl/d, o equivalente a 28,4% da oferta global. O menor crescimento na demanda global no 1º trimestre, estimado em 110 mil bbl/d, em comparação aos 2,6 MMbbl/d previstos para o 4º trimestre devido à recuperação do setor aéreo e pela economia da China, sinaliza uma relação oferta-demanda estável no primeiro momento, mas não elimina as incertezas sobre este equilíbrio até o final de 2023. Em março, o Brent atingiu US$78,43 e o WTI, US$73,28, refletindo a fragilidade das condições macroeconômicas à despeito das condições mais estáveis no mercado físico de petróleo. Para 2023, a EIA estima que o preço médio do Brent deva atingir US$83 enquanto o WTI, US$77. No mercado internacional de gás natural, a competição entre Europa e Ásia deve ser um dos principais fatores a impulsionar a demanda por cargas de gás ao longo de 2023. De um lado, o TTF europeu registrou US$14/MMBTU enquanto o JKM fechou março com US$13,5/MMBTU.
No contexto nacional, a produção de petróleo atingiu, em fevereiro, 3,26 MMbbl/d, enquanto a produção de gás, 146,54 MMm³/d. Recentemente, a ANP reabriu as discussões sobre a especificação do gás natural comercializado no país sob consulta pública que debaterá as revisões da resolução 16/2008.A normativa trata dos teores de hidrocarbonetos presentes no gás natural, com ênfase nos teores de metano (CH4) e etano (C2H6), sendo um debate importante para os diferentes elos da cadeia de gás natural, especialmente a indústria petroquímica. No downstream, o CNPE determinou a revogação da Res. nº 9/2019, que estabelecia diretrizes para a promoção da livre concorrência na atividade de refino visando ampliar a infraestrutura nacional de produção a fim de reduzir a dependência às importações de derivados. Somente as vendas de diesel são projetadas em 66,8 bilhões de litros em 2023, um aumento de 3,1% em relação a 2022, mesmo com o aumento do teor de mistura de biodiesel, que passa de 10% para 12% (B12), conforme aprovado pelo CNPE em 17 de março.
Na seção Transição Energética, os investimentos das companhias de óleo & gás até 2030 complementam diversificação do portfólio e tendência de maior participação do gás, cujo crescimento até 2025 é estimado em 3,85 bcm, além do incremento da produção de GNL em mais de 40% até 2030.