Convidado Internacional debate o futuro e os desafios da Energia Solar em palestra no Rio
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Fonte: FGV Notícias
A FGV Energia recebeu no dia 1º de julho, Arthur Haubenstock (conselheiro-geral e vice-presidente para Assuntos Governamentais e Regulatórios da empresa 8 Minutenergy Renewables) e André Pepitone da Nóbrega (diretor da ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica). O evento promoveu um debate sobre estratégias e desafios para o futuro da Energia Solar.
O convidado internacional apresentou a 8minutenergy, empresa fundada em 2009 que detém 15% do mercado norte-americano de energia solar e ocupa a terceira posição neste segmento. Sediada no estado da Califórnia, a empresa está em expansão para outras regiões dos EUA, além de mercados emergentes, como México, Índia e Brasil.
Segundo Haubenstock, a Califórnia era excessivamente dependente de energia oriunda do gás natural até a década passada. Para ele, a crise de 2008 foi um marco para o desenvolvimento do mercado de energias renováveis e os incentivos do governo ao setor a partir de então foram determinantes para que houvesse um crescimento exponencial desse segmento, que já representa 33% da energia gerada pelo estado, com expectativa de atingir 50% até 2030.
O palestrante destacou que as placas fotovoltaicas seguem a Lei de Moore, ou seja, a cada dois anos elas duplicam sua potência ao mesmo tempo em que reduzem o seu custo pela metade. De acordo com Haubenstock, o mundo será muito diferente quando dispor de muita energia a um preço muito baixo. “A Califórnia é líder em eficiência energética mas, no futuro, prevemos uma demanda maior de energia do que hoje. Com todas essas mudanças, achamos que os próximos 30 anos serão revolucionários. E pelo potencial que tem, nossa expectativa é que o Brasil seja líder nesse segmento (energias renováveis) devido à abundância de recursos hidráulicos, eólicos e solar que dispõe”, destacou o palestrante.
Já André Pepitone da Nóbrega destacou que o Brasil, hoje, possui cerca de 3.500 instalações de energia solar, um número considerado pequeno, mas com expectativas de chegar a 10 mil até o fim do ano e atingir a marca de 1 milhão de instalações em 2024.
O diretor da ANEEL disse ainda que a mudança de perfil do consumidor, que agora também passa a gerar energia, o chamado prosumer, exige que as concessionárias se adaptem à nova realidade. Ele destacou também que o Acordo de Paris (COP21) vai contribuir para o desenvolvimento de energias renováveis no país. “85% da energia gerada no país vem de fontes renováveis, mas o governo brasileiro retirou a energia hidrelétrica dessa conta na COP21 para que haja incentivo no desenvolvimento de outras tecnologias, o que cria um ambiente favorável”, concluiu.